segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

BRUMAS

Perco o rumo num caminho de trevas 
onde a tua rutilante Luz não vence a escuridão.
Definho.

Teço as horas, devagar. Retorno aos fios do passado na esperança, 
vã 
de cerzir o que se rasgou.
Leio o fio das palavras mas nada se concerta. O Tempo não parou. 
Espero, Penélope paciente, o regresso do eterno amado. 
Perco tudo. Estou velha e gasta. 
O tempo esfuma-se. Eu conto-o, paciente.
Recolhida no Inverno que se eterniza, espero até à morte
sem Argus que me acompanhe ou deuses que me norteiem. 
Abraça-me o frio e espesso nevoeiro que me traz notícias da morte... estou na fila. 
Definho... Ausente o teu doce afecto na solidão agonizante.


1 comentário:

  1. A sua poesia é muito bela. Demonstra muita sensibilidade e intensidade. Lembra Tiago Torres da Silva. Parabéns. Já editou algum livro ou pensou em editar? Este ano "editei" um pequeno livro de poemas de meu pai de forma simples. Cumprimentos. Para mais informações vá até www.euedito.com

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