Perco o rumo num caminho de trevas
onde a tua rutilante Luz não vence a escuridão.
Definho.
Teço as horas, devagar. Retorno aos fios do passado na esperança,
vã
de cerzir o que se rasgou.
Leio o fio das palavras mas nada se concerta. O Tempo não parou.
Espero, Penélope paciente, o regresso do eterno amado.
Perco tudo. Estou velha e gasta.
O tempo esfuma-se. Eu conto-o, paciente.
Recolhida no Inverno que se eterniza, espero até à morte
sem Argus que me acompanhe ou deuses que me norteiem.
Abraça-me o frio e espesso nevoeiro que me traz notícias da morte... estou na fila.
Definho... Ausente o teu doce afecto na solidão agonizante.