sexta-feira, 27 de setembro de 2013

CAOS











Caos, caos,
em demanda por actos e palavras do futuro. 
Não, não existo neste corpo! Neste corpo não voo nas asas dos pássaros invisíveis. 
E partiram já as aves de mil cores, salpicadas de estrelas, 
tão longe, para tão longe. 
Jamais lhes chegarei na forma atroz e pesada que me limita e encerra.

Caos e escuridão. Distante a luminosidade que outrora transbordou no meu coração.
Caos, porque ontem, outrora num passado-futuro, fui capaz de abraçar o Universo.

E partem os pássaros! 

Partem e com eles levam as asas de mil cores... 
esqueceram-se de mim!

Talvez 

possa partir nas asas do Tempo 
atravessar as altas florestas de sonho, 
Sagrado Tempo que vem
e escuto a canção de ir, deixo-me ir, 
deixo-me ir... 
No infinito esqueço o corpo, abandono o lastro da memória.
No caminho, a cada passo, a liberdade.
Um dia houve, sim, que corri 

e em campos abertos, longínquos, estendi as asas e parti.
Abracei-te na Luz, sem medo de partir.

Olho para trás, os meus passos esqueceram-se das Estrelas.


(Sentir e Ser - 2013)

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